terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Rendezvous II


Londres, cidade de sonho de cada traceur. Tentei convencer todos o que podia a virem partilhar esta experiência comigo. Três aceitaram o convite. Pedro Gomes, Bruce Rainha e Sérgio Mota, CNC, Hefaestus e Kaoz para os mais distraídos. Chegamos a Londres por volta da meia-noite. Era nossa intenção ficar a dormir no aeroporto pois o hotel só abria às 07:00 mas o senhor Guilherme Costa teve uma brilhante ideia devido ao aborrecimento que sentia. Acabámos por ir atrás desse menino parvo e fomos para Londres de madrugada. Chegamos a Londres por volta da 01:20. Vitoria Station era uma estação gigante, mas estava fechada. Seguimos o conselho do senhor Alex (Element4Life para os mais distraídos) e fomos para Waterloo, como nada sabíamos deste lugar optamos por ir de taxi, para nosso espanto este era ilegal e "roubou-nos" com se nada fosse. Chegamos a waterloo e o conhecido spot do Imax passou-nos despercebido, fomos então de encontro ao Londoneye, lugar lindo devo dizer. Um parque infantil serviu as nossas necessidades de esticar as pernas e fazer condição fisica para nos mantermos quentes. As malas continuavam connosco, e os nove quilos faziam-se sentir quando tivemos que sair daquele local devido à presença de uns alienigenas que nem Parkour sabiam dizer devido à bebedeira. Vimos com curiosidade um dos spots que é mostrado no Pkmv mas não nos atrevemos pois estava deveras escuro. O museu de Dali serviu de algum abrigo provisório e decidimos então que era preciso encontrar um definitivo. Vitoria station foi o alvo e então levanta-mos as malas e partimos. Pelo caminho demos de cara com o Big Ban, que por detrás tem um spot bem interessante com o meu primeiro monkey to precision com os dois pés de 7 pés na rua. Foi mágnifico, bastante divertido até a policia dar sinal e dizer para a gente seguir rumo. Esta foi a primeira de muitas. Encontrámos mais spots à nossa passagem, bastante divertidos devo dizer.
Chegamos a vitoria station e já se encontrava aberta. Eram as 06:00. Estávamos estoirados, cheios de fome e sede. Descobrimos chateados que ali e em qualquer sitio tínhamos que pagar para usar as casas de banho. O kaoz tinha pringles, comemo-las. Esperámos pelo metro, e seguimos para Stockwell. Lá andamos meio perdidos, mas demos com o hotel sem qualquer problema de maior. As malas descansaram. O hotel era uma casa tipicamente inglesa, alugada por uma senhora portuguesa muito simpática, devo acrescentar. Descansamos até às nove, quando decidimos sair para explorar Londres e ir ter com o Alex. Encontrámos-nos com ele em vitoria. Parimos para Royal Oak aonde encontra-mos um spot que aparece num filme do Daniel Ilabaca sob a forma de skate Park. Grande spot. Encontrámos o Phily Dee a treinar no spot sozinho, logo ali vi repetições sem fim. O puto mexia-se bem. Naquele momento perdi um mito, Blane e outros cujas planches são famosas, foram agora destruídas. Aquelas paredes pareciam pastilha elástica, eu subi uma parede bem maior que eu em pop to monkey e fiz uma espécie de salto de braços para passe muraille facilmente...as planches pareciam serem feitas de sem crer, a rapidez destas era incrivel, até o kaoz que até à viagem se queixava das suas se viu surprendido. Com aquelas paredes, era fácil. Tive a oportunidade de falar com vários "senhores" do Parkour.
Enquanto estava entretido a "brincar" numas grades, como é meu costume, encontrar novas formas de movimento. Lá bem do fundo, veio uma personagem que ainda hoje me impressiona. Daniel Ilabaca vem ter comigo e comprimenta-me, estivera a observar-me de longe, ao que parece gostou e mais tarde o kaoz disse te-lo visto a fazer a minha sequência.

Era a hora de entrar. Estava já cansado e o único que antes estivera parado e agora rebentava com energia era agora Bruce que parecia que saltava parado. Entrámos e deparámo-nos com um magnifico ginásio. Devo acrescentar que o senhor Vigroux equipou-se nos balneários das meninas e o William Belle entrou no nosso e ficou a olhar para mim e rapidamente pediu desculpa e saiu atrapalhado. Bestas do Parkour. Do nosso grupo eu era o que tinha mais "caparro". Estivera a trabalhar o meu corpo para aquele momento e, mesmo assim sentia-me envergonhado. Só vi bestas! O mito do Simsim não é nada. Já estive com ele e ele comparado a estes meninos... bahhh. Blane, Ilabaca, vigroux, Yahn... todos eles, eram gigantes! Depois do "breve" aquecimento, com corrida por fora do ginásio e subir e descer escadas, uma série de exercicios como monkey walk, agachamentos e saltos, deixou-me quase sem respirar. Não dei parte fraca. Apesar de estar ainda estoirado da noite anterior, ia dar o meu melhor. E dei!
No ultimo exercicio caí para o lado, estoirado. Nunca me tinha sentido assim, tão fraco. Caí então na realidade. Eu sou fraco. Porém, não houve ali ninguem que levasse aquele momento com suavidade, e todos estavamos a deitar cá para fora todas as nossas forças. O calor humano naquele enorme ginásio era impressionante. Começaram alguns a tirar a t-shirt. Vi então o quanto fraco era. Que bestas!
Então a pista de obstáculos surgiu. Fiquei no grupo 1 com o resto do tugas. O primeiro exercício consistia em saltar obstaculos ordenados numa fila recta. repeti 10 vezes. Estava sem força para sequer saltar um passeio quando acabei. O Kaoz insistia, gostei.Sentei-me. O segundo percurso era mais elaborado. Consistia em primeiro ultrapassar um boque depois um tic na parede por cima de outro, mais um em frente e depois um gap directo para cat Muito divertido e, espantei-me com a fluidez do senhor Bruce. Aprendi ali a fazer cats com um só braço alternadamente. Laurent tornou-se útil para mim. O terceiro percurso consistia um ultrapassar uma armação de andaimes, era esquisito e não me saí muito bem. O Bruce recebeu uma salva de palmas, também gostei bastante, a rapidez e a fluidez daqueles movimentos foi perfeita. O quarto percurso era na mesma plataforma, mas a partida era de outro lado, aqui já me saí melhor, mas não consegui repetir muitas vezes porque as forças faltavam-me. O senhor Pedro fez um monkey to precision que pouco se atreveram sequer a tentar. O quinto percurso era noutra plataforma com andaimes, em que Yahn ensinava a fazer wallspin, palmspin e mais uns underbares. Não consegui fazer uma voltinha que deixei escapar e chamei-lhe gay, esquecendo-me que aquilo eles sabiam o que queria dizer. Dei-lhe um toque do meu movimento e ficou engraçado, gostei. Experimentei um diving roll por um underbar pela primeira vez, e à primeira saiu bem, sem tocar em nada, sairam movimentos fluidos a todos os tugas, o Bruce ainda bateu lá umas quantas vezes o que me fez sorrir porque até ele ficou assustado.
Depois, fomos para a rua, aonde fiz monkey balance até cair para o lado, sem forças.
Passe muraille em grandes quantidades se seguiram e eu não consegui completar, neste momento as caimbras e dores musculares eram demasiado intensas, estava agora, um balão.
Forrest insistia, parecia tropa. Depois disto veio a Run Final que consistia em ultrapassar todos os obstaculos do ginásio.

A primeira vez foi uma bagunça pois tinha-se que parar para estar à espera de alguem que queria tentar algo mais. Quando era a minha vez e já tinha feito o primeiro monkey, Châu mandou-me para trás e Vigroux disse para serem rápidos e fluidos, sem paragens. Virou-se para mim e perguntou se era capaz, respondi que ia tentar. Tentei e a coisa não saiu mesmo anda mal. O kaoz disse que os comentários foram bem positivos. À segunda volta, estava estoiradinho, mas dei o meu melhor, e na segunda plataforma de andaimes a coisa tornou-se bonita e mesmo muito rápida, quando dei por mim lá me cima oiço um "wow" e era o Yahn lá em baixo com cara de espantado. Continuei, a sorrir. Desta vez a Julie Angel estava preparada e segui-me, deve ter captado o comentário, mas depois do tic caí num monkey, pois as forças faltaram-me e não consegui passar para o outro lado. Estava exausto.
Parei e sentei-me perto da água.
Depois veio a secção de relaxamento, na qual ia-me adormecendo, mas as dores manteram-me acordado. Nos alongamentos, as dores eram insuportaveis e, até Laurent e Châu acharam piada às minha expressões faciais haha.
A secção de perguntas e respostas que veio a seguir, foi o que mais me tocou deste dia. Inspirou-me de tal maneira que me mudou. "Porque é que praticas?", simples pergunta, simples resposta, mas por ter sido quem foi a perguntar, tornou-se verdadeira, tomou outro significado. Foi lindo...

Adorei cada momento e a todos um abraço.

Visão por Dan Edwardes

1 comentário:

Anónimo disse...

Brutal man, fico feliz por teres adquirido todos esses conhecimentos e experiencias com esses "senhores". Ficava mais feliz ainda se viesse cá abaixo transmiti-los ;).
CUMPS

CKK