segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Regime de Combate


Este regime surgiu há cerca de um ano atrás. Desenvolvido pela minha pessoa e levado a cabo por algumas. O Regime de Combate é um período de tempo em que leva uma pessoa, neste caso um praticante de parkour, a concentrar-se inteiramente nos seus objectivos primordiais. Os meus neste momento são os estudos e o Parkour. A regra principal deste regime é a negação à prática de qualquer actividade que não traz proveito para estes objectivos. Isto não é desculpa para não arrumar o quarto ou lavar a loiça. Outra regra é ser-se funcional e eficiente, isto engloba arrumar o quarto e lavar a loiça...
Deixar de ser preguiçoso, acordar de manhã para ir correr antes das aulas, vir, tomar um duche e partir para mais um dia de escola. Como não se perde tempo com internet nem tv, o deitar cedo é uma obrigação. Eu no meu caso não deixo totalmente de vir à internet pois sou administrador de uma comunidade e não posso perder totalmente o contacto, por isso, meia hora ou uma hora por dia são suficientes para tratar de tais assuntos.

Em casa, tudo parte com uma organização de horários. Têm que ter noção que não podem ter períodos mortos sem fazer nada, por isso a primeira semana é experimental. Sem esquecer que o descanso é fundamental! Eu por exemplo, como sou muito preguiçoso para fazer condição física uso o sono como uma defesa contra isso, ao acordar (05h-06h) tombo para o lado e começo as sessões de flexões matinais, vou correr até a uma aldeia e volto, tomo duche quente e parto para as aulas. Chego, descanso um bocado, lendo um livro ou mesmo dormitar, depois estudo, janto e toca dormir. Não há tv ou internet até às tantas.

Este sistema é rigoroso, e requer imensa disciplina e força de vontade. Mas não é só em casa, nos treinos também não pode haver momentos mortos nem parados.

Nos treinos, a maximização de um treino é fundamental, e é isso que vai fazer a diferença. Não pares, e só dá por terminado um treino quando estiveres sem forças para continuar. Não fales, não pares para pensar. Descansas no fim.
Divide o treino por partes, treina técnica misturada com condição física, isso vai-te dar motivação e um desafio fazendo-te deparar com o cansaço. Não vou dar aqui exemplo de métodos de treino, porque o importante aqui, não é o que fazes, mas com que mentalidade o vais fazer. Esforça-te e dedica-te a 100%.

O regime de combate, é a dedicação consciente, ou seja, é saberes que tens que estar consciente e preparado, sem desperdiçar tempo em coisas inúteis. Focares-te inteiramente no que é realmente importante e levares a cabo os teus objectivos.

Isto é aplicável a todos os ditos "níveis" de preparação.

O objectivo é tornar o Regime de Combate na tua vida, no teu treino ideal.

sábado, 4 de outubro de 2008

Finlandia - Um revelar de caminhos

Para começar, aprendi na Finlândia o que ansiava há muito por aprender. A coisa crua, a base de onde tudo isto veio. Conheci-a e gostei, embora não estivesse no ponto certo, aonde pensava que estava. Humilhei-me a mim próprio pois pensei que era capaz de coisas que não fui realmente capaz de fazer. Fui até ao meu limite, e fiquei surpreso por ver que não é muito longe. Não me tomo por burro, mas por idiota. Os treinos que outrora fazia não são nada comparados com os que tenho agora que enfrentar. Foram-me dadas directrises, planos e conhecimentos que nunca esperava obter. Senti-me fraco, apesar de não ter ficado em "ultimo" mas porque pensava que era capaz de mais.

Foi com agrado que ouvi o Chau dizer-me que tenho que "crescer no treino". Puxar por mim e pelos outros. Foi com agrado que ouvi dizer-me que tenho o espirito, mas tenho ainda que viver a arte.

A arte tem um nome "l'art du deplacement". Podes chamar-lhe o que quiseres, mas é isso que vives, ou pensas viver. Levei um sério choque emocional lá, aprendi a conhecer-me melhor, e vi o quanto é importante o grupo, a união, pois é ela que te faz dar mais aquele passo com as mãos já cheias de sangue.
Senti lá uma coisa que nunca sentira, que não estava sozinho. Que treinava com e para alguém, mesmo que nem conseguisse decorar o seu nome.

Desde então tenho tido dificuldades nos treinos, sinto que sozinho doi mais, como o vigroux disse uma vez " sozinho não se encontra o caminho ", não me sinto desesperado, mas é um obstáculo que tenho que ultrapassar, pois aqueles que estão dispostos a percorrer esse caminho comigo estão bem longe.

Uma das coisas que vi e presenciei, foi a preparação. Se queres treinar drops, treina saltar escadas, se queres fazer planches, treina elevações, tudo tem o seu percurso. A sua vez de existir. O que vejo em Portugal é jovens a suicidar-se aos poucos. A ficarem com lesões permanetes à tenra idade, vejo desgraça.

O que apenas eu tento fazer é prevenir isso, tenho o conhecimento e por isso tenho a responsabilidade de o destribuir quando vejo que o que fazem está errado.


Treinador? Eu, ainda não, dou instrução, encaminho o pessoal mais nada. Dinheiro? Sé se for a gasolina que eu pago.

Quanto a discórdias? Existe uma coisa chamada espanto, não acreditavam que eu era homem de palavra, e que iria fazer as coisas mudarem, substimaram aqueles que lhes oposeram. Parabéns para todos aqueles que o fizeram.

Bem, para já é tudo. Um abraço.

Deixo video:


domingo, 13 de julho de 2008

Free-running, Parkour, Arte do Deslocamento

Bem, há muito tempo que não escrevo nada, aqui ou nalgum lugar a não ser em frequências e exames. Muita coisa se passou desde a ultima vez que aqui vim. A A2BFree cresceu. O Parkour também. Estamos em tempos de mudança! Consegui um espaço para treinar os mais novos no Clube Académico de Bragança que com os seus pequenos recursos nos pôde proporcionar um espaço inteiramente dedicado ao Parkour, que no Inverno será muito bem vindo.
Os rapazes com quem treinava desistiram apenas ficando um que ainda hoje me acompanha nos treinos e mostra uma forte vontade de prevalecer. Não irei falar no meu treino pois muito tem que ser dito para o pouco tempo que tenho neste momento, discurso que irá ocorrer em breve.

Venho aqui também escrever sobre a filosofia envolvente no Parkour e as suas variantes. Free-Running, Parkour, Arte do Deslocamento. Tudo isto diferente, tudo isto igual. Com finalidades diferentes é o que nos faz destingir cada arte. O que não compreende é a não comunhão destas três e a descriminação de uma ou de outra em prol de uma. Fui ensinado que o Parkour veio do sr.David Belle e da sua familia, mas agora vejo que essa familia era bem maior do que eu pensava. Li e informei-me, e vi que o Parkour surgiu com o David Belle mas com o seu grupo de amigos, no qual encontramos os Yamakasi, Stebastien Foucan e o próprio David Belle.
Pelo que li todas estas três fracções tentaram pela vida, mostrar de uma forma legitima o que tinham aprendido e o que tinha surgido ali. A arte do movimento surgiu com os Yamakasi, o que às vezes não é dito é que o grupo original contava com Foucan e Belle, portanto a arte do deslocamento surgiu mesmo antes do nome Parkour! Parkour vem da palavra parcour, que significa percurso em francês, dada a sua origem ao "parcour de combattan" de Hébert. Depois surgiu o Free-Running com Foucan.

O Free-Running diz que a beleza e a liberdade sentida pelo seu praticante é importante, é importante mexer-se de uma forma liberal, sem obstáculos.

O Parkour é mais prático ao afirmar que só inclui movimentos eficazes e rápidos, deixando de lado mortais e acrobacias desnecessárias. O Parkour é movimento eficaz num percurso.

A arte do deslocamento é ser-se forte usando o ambiente, usando essa força para te deslocares e defenderes o que é teu e os teus. A arte do descolamento conta também com a expressão pessoal através do movimento, daí ser considerada uma arte.

Todas estas variantes têm como base o movimento corporal, incluindo ou excluindo os mortais e com finalidades diferentes. Na minha opinião é um bocado mau haver isto tudo, como temos na escalada, em sitios diferentes, com finalidades diferentes, continua a ser sempre escalada, existe sim, uma separação, mas não uma alienação das restantes. É o que está a acontecer aqui, eu próprio já descriminei as outras vertentes, considerando a minha com suprema relevância. Mas isso mudou. Compreendi que um Traceur, um praticante de qualquer arte, deve saber o máximo possivel dela, neste caso o movimento é o que devemos aprender e não separar. Devemos estar então preparados para tudo. Portanto: Parkour + Free-Running + Arte do Deslocamento = Movimento.

Bem, são apenas uma ideias a serem completadas brevemente, daqui a uma semana estarei de férias :-D




segunda-feira, 5 de maio de 2008

2 anos a sentir-me bem

Deixei de escrever, de dizer por palavras escritas o que se passava na minha cabeça há algum tempo, fi-lo porque realmente me queria esquecer das palavras e apenas concentrar-me na acção que destas advinha. Concentrei-me no treino, começar por coisas básicas como fazer sempre o aquecimento, vi que o meu treino assim saía mais produtivo, repetir para melhorar, fazer as coisas até saírem o melhor possível, tentar alcançar a perfeição, de cada movimento. Tornei-me num ser mais responsável, mais pausado, deixei de arriscar. Sempre segui a calma e respeitei todos os meus limites, tornei-me num dos poucos traceurs em Portugal que pode dizer que nunca teve uma lesão séria ou menos séria enquanto treinava. Fiz dois anos de treino este mês. Considero o meu primeiro ano uma coisa horrenda, indisciplinada, não era Parkour.
Comecei como todos começaram, com a internet. Nada sabia e tudo experimentei. Todos os medos que tive foram superados, tornei-me num verdadeiro guerreiro, que luta consigo mesmo e tenta domar a fera, que não é aquela que quer fazer mas aquela que não deixa fazer.
Comecei quando poucos começaram o seu treino, era Inverno. Bragança é fria, gelada literalmente, aonde paredes cobertas de gelo queimam as mãos e as deixam vermelhas e sensíveis, consegui ultrapassar o medo do frio e tornei-me num esquimó traceur. Cheio de dores e numa tentativa de suicídio tornei-me num traceur, pois os meus joelhos já tinham sido diagnosticados de ponto final, médicos me disseram que não iria voltar a correr como deve ser.
Com lágrimas voltava outra e outra vez a casa após o treino. Joelhos doíam.
Agora, dois anos mais tarde, sou o que sou, faço o que faço.

Foi tudo ultrapassado, a história diz por si só o que se passou, não contada por bocas infames, mas pelos factos.
Conheci pessoas, delas fiz companheiros de vida, amigos sinceros, que partilham algumas das minhas paixões. Conheci todo um conjunto de pessoas neste meio que nunca teria pensado existirem, e não me arrependo de ter conhecido qualquer uma delas, mesmo com aquelas que agora não me dou, aprendi algo.
Viajei, país fora e estrangeiro em busca de conhecimento, novas formas de movimento. Posso dizer hoje que conheço Portugal graças ao Parkour. Ensinou-me a nunca estar parado, a conhecer o eterno movimento, fluxo de gente, que conheces e desconheces, que te cumprimenta em casa ou à porta do metro. Ensinou-me a discriminação, mostrou-me o quanto cruel e ignorante ela é. Deu-me compreensão, mostrou-me a igualdade, a força e a coragem, a vontade de existir de cada um. Cada gargalhada, cada sorriso de cada ser que se mexe trouxe para mim felicidade, ajudando cada pessoa a ser mais forte, estava a fazê-la sorrir mais vezes. O gosto e o desejo de querer mexer fez destas pessoas autênticos artistas.

Dois anos... não são nada e parece tanto!
A todos aqueles que partilharam comigo estes momentos, aquele salto, aquele suspiro, aquele sorriso, aquele suor, aquele tombo... Obrigado
Continua a crescer, a tornar-te forte, a evoluir. Senta-te e pensa no que te está a acontecer, reflecte em cada momento, sente-te feliz por te poderes mexer, por conseguires saltar, por poderes dizer que conseguis-te. Sente-te bem! Sê feliz.
Não te julgues preso a regras porque nem aqueles que as ditam sabem quais são, sê livre, sente-te livre, cria-te.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A razão / The reason

Depois da ida a Londres, que mudara definitivamente a minha postura com o Parkour, uma questão ficou permanentemente marcada na minha mente. Cada vez que saia para treinar, cada vez que me mexia, “Porquê?”, porque raio o faço? Porque é que me mexo, porque é que faço Parkour?

Hoje às 0:14, já deitado e pronto para dormir obtive a resposta.

Uma resposta inesperada mas cada vez mais coerente, mais forte e concisa.

O facto é somente um para mim neste momento. Não preciso de ter resposta, não preciso de ter uma razão. É esse o erro, o que nos assombra. Como humanos, temos o instinto natural da utilização do nosso QI e a sua aplicação empírica, de grosso modo quero dizer que temos que dar uma explicação para tudo. Principalmente quando fazemos ou vemos fazer algo que não está naturalmente predestinado a acontecer.

É nesse ponto que acho que estamos errados, como humanidade.

Na realidade os yamakasi como outros que agora reconhecemos como senhores desta arte de deslocamento, apenas o faziam e fazem por gosto. Como eu o faço e como toda a gente que faz algum tipo de desporto ou actividade física. Podem ter razões por trás, mas essa é a maior, e aquela que depois de estar-mos a suar e a querer parar porque o corpo manda, nos faz dar o passo em frente, aquele que acaba connosco, mas que quando o damos sentimos que conquistámos o mundo.

É o verdadeiro prazer de fazer as coisas que nos move, que nos faz mover, ir mais longe. Ser mais forte, mais rápido, mais longe, são apenas extras.

Isto também acontece com esta arte penso eu.

O Homem esquece-se que é ainda um animal, um animal que se estudar-mos devidamente tem características de tantos outros. Refugia-se na sua forma intelectual, ignorando a sua forma física, chamando-a inclusivamente de obscena. É apenas um corpo, uma mente. Apenas apelo aqui para o incentivo do primeiro, porque chegares muito mais longe no segundo. Somos animais, e gostamos de brincar, como pequenos ursos ou tigres, gostamos de trepar como macacos, de nadar como peixes, de escalar que nem cabras, somos e seres um animal adaptável, não se limitem pelo ambiente, apenas pelo vosso corpo.

O Parkour é simples, só tens que o viver.

A razão, qualquer que seja, não deixa de ser válida, desde que gostes do que fazes.


ENG

After my trip to London, that would change my thoughts about Parkour, a question remained in my mind forever. Which time I was out to train, when ever I moved, “Why?”, why the hell I do this?. Why do I move, why do I do Parkour?

Today, at 0:14 am, already in bed, I got the answer.

One unexpected, strong and straight answer.

The fact is only one to me in this moment. I do not need an answer; I do not need a reason. This is the mistake. As humans, we have the natural instinct for the use of our IQ.

In which way we have to give an answer to everything. Mainly when we do or see something that is not pre disposed to happen.

This is the point where I think we are wrong, as Mankind.

In reality the yamakasi and others that we now know as being lords of this art of déplacement just did it for the fun of it. They were kids. As I do and everybody else i think and imagine when they are doing this or any kind of physical activity. They mite have other reasons for doing it, but when we are sweating and the body is pushing us back, is the motivation and joy when we do that extra-step that make us do it, because when we done it, we felt that we conquered the world.

Is the true joy that moves us, that makes us move, go further. To be stronger, faster and further, are only extras.

This is what I think that happens in this art.

I do Parkour because I can, because I love to move, to be able to move faster, stronger and further, because I can feel my body become what I only dreamed of.

I’m only a child, but as a child I have dreams, and when that dreams come true, I’m truly happy. Are you happy?

Man forgot that he is only an animal, an animal that if we study it closely, we can find characteristics of many others. He only finds safety in his intellectual being, ignored his physical form, limited his body, and called it obscene. We are only a body and thoughts.

I now ask here to explore the first, because with that we can achieve much more in the second. We are animals, we like to play, like little bears or tigers, we like to climb in trees like monkeys, climb like goats in rocks, swing like fishes; we are just an animal that is adaptable, do not limit yourself by your environment, just by your body.

Parkour/ art of movement, are simple, you just have to live it.

The reason, whatever it may be, it’s still valid, if you only like what you’re doing.

Gui

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O ínicio da A2BFree

Tudo começou numa viagem que mudou a vida de quem foi. RendezVous2 foi definitivamente o ponto de partida para esta Associação. Aqueles que foram viram o que estava a acontecer no estrangeiro e o que Portugal estava a perder. Parkour, traceurs, não há como separar. Já existe um site referindo Parkour, cujo principal objectivo é a divulgação. Para aqueles que foram a este encontro, esse objectivo por si só não parecia válido e já não tinha propósito, então decidiram seus constituintes tomaram um passo em frente e decidiram que estava na altura de surgir um novo espaço, onde o principal objectivo fosse ajudar e a colaboração de traceur para traceur. Então, com a sua experiência decidiram embarcar num projecto novo, com ideias novas. A A2BFree deu o primeiro passo em Aveiro com Sérgio Mota, Guilherme Costa, David Breda e Portela, aonde surgiu o nome e o seu futuro objectivo.
Então, se juntaram mais e mais traceurs a este projecto que apoiaram a sua causa, e decididos que a A2BFree tinha que existir, o segundo passo foi tomado e surgiu o forum. Que já se encontra activo.

A A2BFree, é uma associação de traceurs com fim de entre-ajuda e colaboração entre os mesmos. A fim de de informar, ajudar e se encontrarem, os traceurs com mais experiência decidiram dar-lhe uso, porém, a ajuda não advém destes, mas de todos, cada traceur pode e deve colaborar com este projecto. Para tornar a comunicação mais acessível e útil foi criado um forum simples de usar, com bastantes espaços e tópicos de discussão. Assim, estará tudo organizado.
Todos os traceurs são bem vindos, desde que cumpram as regras delineadas pela A2BFree.

"Docendo Discimus"
http://a2bfree.com/forum/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quatro passos

Pensamentos atribulastes têm perturbado a minha mente nestes últimos dias. Conversas desafiaram a ordem antigamente natural das coisas. O saber deixou de ser saber para passar a ser experiência. Quero com isto dizer que o Parkour continua a modificar-me, e mim, e às minhas ideias. Uma breve conversa com o Kaoz suscitou uma desencadear de pensamentos aleatórios que mais tarde tive tempo de organizar e agora expô-los aqui.

A maneira mais profunda e evidente que esta prática modificou a minha postura com o mundo é a vergonha que sinto ao praticar tal actividade. O Parkour é praticado marioritáriamente na cidade, é aí aonde se aprende os movimentos básicos, expostos ao mundo, às criticas, gozos e devaneios de gente estática, robótica. Assim, o primeiro impacto, o primeiro passo, não é saltar, não é saber aonde por a mãos, mas enfrentar a vergonha. A vergonha de se saber que se está a fazer algo evidentemente questionável pela sociedade, enfrentar isso é sinal de coragem diria eu.
Esse é o primeiro passo para se tornar um traceur. Não vou aqui definir o que é ou não um traceur, para tal, deixo a senhores que estão há mais tempo aqui do que eu.

Então o primeiro passo é enfrentar a vergonha de ser visto, a quebrar as regras de conduta social que implica saltar aonde não é suposto saltar. Vergonha, aqueles que passam daqui são na minha opinião seres que merecem respeito. Enfrentaram o primeiro dos seus medos.
O segundo passo é lidar com a vergonha, esquecer que ela existe. Dizer que o que estás a fazer é de facto aquilo que queres, que desejas e que gostas. Que é certo. Quando se descobre isso, a certeza, então estás seguro de ti mesmo e esqueces o mundo, a sociedade à qual regressas ao fim de cada treino. Quando tal acontece o traceur prova o primeiro gosto da liberdade, a este passo chamo de fugida. Porque aqui foges da sociedade que começas a compreender que não está certa como anteriormente compreendias e aceitavas. Agora quebras barreiras somente com o teu pensamento, porque tens um escape, um treino, cujo periodo de duração te sentes livre, sem barreiras.

O terceiro passo é o desleixo. Já não queres saber o que quebras ou deixas de quebrar, a este passo dou o nome de original. Porque aqui o traceur mostra-se plenamente como é, sem medo, sem vergonha. Aqui já não tem medo de regressar a casa todo sujo, andar na rua sem tshirt, com punhos todos sujos, porque ele esta contente. A afirmação do seu contentamento, da sua personalidade desenvolve uma maior compreensão do mundo.
E aqui chega por ultimo o quarto passo. A compreensão.
Neste passo o traceur deixa de olhar para si mesmo e olha em redor. Vê o mundo então com outros olhos e ouve, observa, com uma nova visão, aonde o andar sujo e sem tshirt é aceitável. Aqui grupos como Rastas, góticos etc etc também são aceitáveis, porque aqui, já os compreende. E porquê? Porque eles são como o traceur, diferentes, mas mostram apenas aquilo que são e não têm vergonha daquilo que são nem do mostrar. Compreensão. Assim o traceur é um ser compreensivo, pacifico, original.

Bem, como todos os pensamentos, estes também podem mudar. Mas para já é isso o que penso.
;)

sábado, 26 de janeiro de 2008

Uma noticía

O primeiro passo esta dado. Como esperado, atitudes foram tomadas. Sorri, como as pessoas são tão previsíveis e hipócritas. Vários pontos foram atirados a esta entrevista, mas percebo porquê.
Não porque realmente sejam verdade, mas porque o simples facto de já haver pessoas com iniciativa própria é condenável a quem julgava ter o monopólio. É lixado, eu percebo.
Vou agora aqui então desmentir todos esses pontos.

Número 1: A definição do Parkour é de facto ir do ponto A ao ponto B o mais rápida e eficazmente possível utilizando apenas o teu corpo. Estou errado?

Número 2: Os movimentos que vieram a seguir penso eu foi uma run eficaz, estou enganado? Houve apenas uma brincadeira com os movimentos, não vi saltos mortais nem nada do género, vi porém noutras entrevistas da dream team isto acontecer. Estarei Errado?

Número 3: O encontro em que me encontrei no passado dia 19, no qual o senhor José Gama me veio cumprimentar com um sorriso na cara depois de tudo o que se passou sem tocar no assunto, estava denominado como sendo a 4ª Jam nacional. Como sendo uma 4ª Jam que marca o primeiro encontro nacional, e que apenas se realiza uma vez por ano, devo deduzir que o primeiro tenha ocorrido à quatro anos atrás, não?

Número 4: Quanto à diferença do Parkour com os outros desportos, sim, o Parkour requer muito mais repetição e insistência, prática diária é necessária para que não se ganhe medo de um salto etc. Não é como nas artes marciais ou outros desportos como no futebol etc em que não perdes nada se deixares de treinar durante uma semana. Pelo menos, é o meu ponto de vista, falo por mim, não por qualquer comunidade.

Número 5: Sr. José Gama, agora falo directamente para ti. Em dizeres que a nossa entrevista foi ridícula acho que aí demonstras a tua própria falta de humildade. Fazias melhor não é verdade? lool, O senhor Ez também pensa assim. Ups, já la estives, sabes bem melhor que eu o que é o Parkour, sorry. Free-running pensei que era mais o teu estilo. Peço desculpa.
As mesquinhices de que falo é o facto de tu pensares que só tu e o teu gang faz a coisa como deve ser. Dizes que apoias iniciativas deste género, mas de facto dizes que se tiverem entrevistas ou qualquer contacto para divulgares devem ir ter contigo ou com os teus. Que é esta merda?
Tens medo que te tirem o monopólio, o Ez tem medo. Agarra-te à Adidas lool.

No fim, vamos ver quem tem razão. Visto que nem uma conversa foste capaz de ter quando TIVES-TE COMIGO PESSOALMENTE NADA DISSES-TE. Depois são os outros, que só falam na net e não sei quê...

Tou farto destas merdas, e já não tenho paciência. Vou seguir o meu caminho. Caguei para ti.



Quanto à entrevista deu o seu propósito. As pessoas ficaram a pensar no Parkour como sendo algo mais sério que uma simples brincadeira. Dei o MEU ponto de vista e não represento ninguém a não ser a mim mesmo, por isso não tenho que dar explicações a ninguém.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Jam Nacional

Ainda estou a organizar os pensamentos que me ocorreram durante tal evento, por isso não julguem estas palavras pela sua incoerência.

Cheguei eram as duas da manhã a Lisboa, meti-me num táxi e fui descansar a casa dos meus queridos avós.
Assim, chegámos e assim partimos às seis e meia da manhã para Lisboa. Chegámos eram por volta das sete e meia, ainda não estou habituado a esta coisa dos comboios, aqui existem burros e carros.

Chegámos ao Parque das Nações e, já dentro da estação do Oriente tomámos um café para despertar, a viagem de sete horas desde Bragança custa, quanto mais dormir aquelas poucas horas.
Esperámos um pouco pelo senhor meu irmão Pedro Gomes, mundialmente conhecido por cú no chão (C.N.C) e fomos à procura da casa de banho perdida. Encontrámo-la, muito longe do esperado, pois não vimos as presentes durante o caminho, que chegámos a reparar no regresso.

Encontrámos spots pouco conhecidos, um pouco afastados do esperado Bartolomeu spot. Diverti-mo-nos a brincar Às planches e outros aquecimentos de rotina. Durante essas brincadeiras chegaram sem aviso as nove horas da manhã. Decidimos que era tempo de regressar para o dito cujo e, já lá se encontravam alguns traceurs conhecidos da minha pessoa.
Os XF2 fizeram vénias quando cheguei e ofereceram-se para fazer favores sexuais, mas como estava uma rapariga presente, eu recusei. O coalhinho preto estava-me a observar. Após a chegada dos mais variados tipos de traceurs, deu-se inicio o esperado momento de condição fisica dada pelos Shintai. Na minha opinião começou mal, pois um individuo que se identificava como sendo Shintai, visto estar a mandar ordens desesperadas como mandar tirar a tshirt aos presentes noventa e tais traceurs, achei mal. Uma ordem dessas não me coube na cabeça, não entendi a razão pela qual eu tinha que tirar a tshirt e começar a correr atrás deles. Então desisti e fui treinar.

Fiz a maior parte das coisas que queria fazer por todo o Parque. Adorei a companhia e o ambiente. Depois fomos almoçar, comprei demasiada comida que não consegui consumir na totalidade. Depois do almoço veio a parte divertida. Descontracção e boa disposição. Diverti-me bastante.
Depois, foi altura de algum treino e repetição, quem se aproximou e pediu conselhos acho que foi bem recebido da minha parte e quem estava a fazer mal e eu vi, também não foi de mãos a abanar. Muito bom ambiente. Bem, foi neste momento, que ao repetir várias vezes um salto bem puxado de precisão, que consistia em saltar um grande numero de escadas, a areia presente fez escorregar os meus dois pés ao mesmo tempo e ir aterrar mesmo na esquina de uma escada com o joelho, que acabou por ficar com o smile profundo. Não parei por aqui. A dor era suportável.

Vi que o meu thief para salto de braços é eficaz e fiz o meu primeiro dash para salto de braços, senti-me contente, tudo isto com um smile no joelho lol.
Vi muitas tentativas de exibicionismo que acabaram mal, gostei também dessa parte. Tive pena porém. Jackie ainda tem a cabeça, por isso sorrio.

Conclusão: Cheguei a casa mais que partido, e às dezasseis do dia seguinte parti para Bragança.
Agradecimentos:  CNC, Hugo Fritado, Inês, Bruno Biscaia, XF2 em geral e a todos aqueles que se atreveram a partilhar aquele momento comigo. Muito Obrigado

sábado, 5 de janeiro de 2008

Relaxado

Tenho treinado sempre que posso desde que vim de Londres, o tempo não tem ajudado, mas mesmo assim tenho feito o máximo para me tornar melhor. A cabeça já não pesa tanto e coisas que apenas apareciam em sonhos agora são feitas facilmente. Estou a encarar isto como uma nova fase do meu percurso, e estou a gostar. Sinto-me mais confiante que nunca.
Hoje tive vários azares, e cortei as mãos em vários sítios, por isso os movimentos não saíram da melhor maneira, peço desculpa.

Quero aqui desmitificar o video, pois ja o mostrei a várias pessoas, e uma delas chegou mesmo a afirmar ter certezas que este foi acelerado. Devo eu agora aqui desmentir. O video não foi alterado, só em termos de imagem=cor. Eu até acho que alguns movimentos estão um bocado imperfeitos e lentos. Existe um salto de braços ao 01:00 que parece que bato com os pés no chão mas o mesmo não acontece. A planche em overgrip é bastante mais fácil. O resto está lá. :-P
Espero que gostem:



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