sábado, 23 de fevereiro de 2008

O ínicio da A2BFree

Tudo começou numa viagem que mudou a vida de quem foi. RendezVous2 foi definitivamente o ponto de partida para esta Associação. Aqueles que foram viram o que estava a acontecer no estrangeiro e o que Portugal estava a perder. Parkour, traceurs, não há como separar. Já existe um site referindo Parkour, cujo principal objectivo é a divulgação. Para aqueles que foram a este encontro, esse objectivo por si só não parecia válido e já não tinha propósito, então decidiram seus constituintes tomaram um passo em frente e decidiram que estava na altura de surgir um novo espaço, onde o principal objectivo fosse ajudar e a colaboração de traceur para traceur. Então, com a sua experiência decidiram embarcar num projecto novo, com ideias novas. A A2BFree deu o primeiro passo em Aveiro com Sérgio Mota, Guilherme Costa, David Breda e Portela, aonde surgiu o nome e o seu futuro objectivo.
Então, se juntaram mais e mais traceurs a este projecto que apoiaram a sua causa, e decididos que a A2BFree tinha que existir, o segundo passo foi tomado e surgiu o forum. Que já se encontra activo.

A A2BFree, é uma associação de traceurs com fim de entre-ajuda e colaboração entre os mesmos. A fim de de informar, ajudar e se encontrarem, os traceurs com mais experiência decidiram dar-lhe uso, porém, a ajuda não advém destes, mas de todos, cada traceur pode e deve colaborar com este projecto. Para tornar a comunicação mais acessível e útil foi criado um forum simples de usar, com bastantes espaços e tópicos de discussão. Assim, estará tudo organizado.
Todos os traceurs são bem vindos, desde que cumpram as regras delineadas pela A2BFree.

"Docendo Discimus"
http://a2bfree.com/forum/

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quatro passos

Pensamentos atribulastes têm perturbado a minha mente nestes últimos dias. Conversas desafiaram a ordem antigamente natural das coisas. O saber deixou de ser saber para passar a ser experiência. Quero com isto dizer que o Parkour continua a modificar-me, e mim, e às minhas ideias. Uma breve conversa com o Kaoz suscitou uma desencadear de pensamentos aleatórios que mais tarde tive tempo de organizar e agora expô-los aqui.

A maneira mais profunda e evidente que esta prática modificou a minha postura com o mundo é a vergonha que sinto ao praticar tal actividade. O Parkour é praticado marioritáriamente na cidade, é aí aonde se aprende os movimentos básicos, expostos ao mundo, às criticas, gozos e devaneios de gente estática, robótica. Assim, o primeiro impacto, o primeiro passo, não é saltar, não é saber aonde por a mãos, mas enfrentar a vergonha. A vergonha de se saber que se está a fazer algo evidentemente questionável pela sociedade, enfrentar isso é sinal de coragem diria eu.
Esse é o primeiro passo para se tornar um traceur. Não vou aqui definir o que é ou não um traceur, para tal, deixo a senhores que estão há mais tempo aqui do que eu.

Então o primeiro passo é enfrentar a vergonha de ser visto, a quebrar as regras de conduta social que implica saltar aonde não é suposto saltar. Vergonha, aqueles que passam daqui são na minha opinião seres que merecem respeito. Enfrentaram o primeiro dos seus medos.
O segundo passo é lidar com a vergonha, esquecer que ela existe. Dizer que o que estás a fazer é de facto aquilo que queres, que desejas e que gostas. Que é certo. Quando se descobre isso, a certeza, então estás seguro de ti mesmo e esqueces o mundo, a sociedade à qual regressas ao fim de cada treino. Quando tal acontece o traceur prova o primeiro gosto da liberdade, a este passo chamo de fugida. Porque aqui foges da sociedade que começas a compreender que não está certa como anteriormente compreendias e aceitavas. Agora quebras barreiras somente com o teu pensamento, porque tens um escape, um treino, cujo periodo de duração te sentes livre, sem barreiras.

O terceiro passo é o desleixo. Já não queres saber o que quebras ou deixas de quebrar, a este passo dou o nome de original. Porque aqui o traceur mostra-se plenamente como é, sem medo, sem vergonha. Aqui já não tem medo de regressar a casa todo sujo, andar na rua sem tshirt, com punhos todos sujos, porque ele esta contente. A afirmação do seu contentamento, da sua personalidade desenvolve uma maior compreensão do mundo.
E aqui chega por ultimo o quarto passo. A compreensão.
Neste passo o traceur deixa de olhar para si mesmo e olha em redor. Vê o mundo então com outros olhos e ouve, observa, com uma nova visão, aonde o andar sujo e sem tshirt é aceitável. Aqui grupos como Rastas, góticos etc etc também são aceitáveis, porque aqui, já os compreende. E porquê? Porque eles são como o traceur, diferentes, mas mostram apenas aquilo que são e não têm vergonha daquilo que são nem do mostrar. Compreensão. Assim o traceur é um ser compreensivo, pacifico, original.

Bem, como todos os pensamentos, estes também podem mudar. Mas para já é isso o que penso.
;)