segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nostalgia

Ora viva,

Sei que desapareci à face da terra, pelo menos a nível de parkour pois o último video no youtube de parkour já data alguns meses. Na realidade continuo, não com o mesmo espirito, é verdade. Por falar em continuar, estava aqui a ver videos e fotos "antigas", do meu ínicio e da gente com quem partilhava um momento que na altura considerava "underground", uma cena à parte, não era radical nem nada do que é considerado agora. O Parkour era o que nunca mais vai voltar a ser. Quem treinava parkour naqueles tempos conhecia toda a gente que treinava parkour, eu mais que ninguém, porque fazia o esforço de conhecer, de partilhar aquele momento. Esse momento era o treino, o convivio, a criação de um laço estranho que te fazia aproximar de uma pessoa que conheceste pela internet e ali estava sorriente, pronta para dividir uma casa contigo e a comida do seu prato. Esse era um traceur. Agora toda a gente se separou, culpas as ideologias, mas para mim ninguém tira aquele momento. Considerei grandes amigos, quase irmãos, aqueles com quem dividi bons momentos. Agora treino sozinho. Do meu tempo pouco são os que ainda se aguentam de pé, e aqueles que eu vejo que ainda continuam na ribalta estão-se a cagar para o momento. Ganharam respeito e pronto, são uns agarrados. Julgo ser o único que inocentemente ainda se prende ao momento, que quer é ver gente a treinar como deve ser, a esforçar-se não para mostrar o seu lindo mortal, mas para ser forte e conseguir superar-se. Quem não acredita nas minhas palavras, talvez esteja contra estas. Eu quando comecei não foi o "être fort pour être utile" que me fez mexer, foi a diversão, o controlo magnifico do corpo, do movimento e do espaço envolvente. É isso que ainda me motiva, que me faz mexer. Eu acho que muitos daqueles que já cá estão há algum tempo essa motivação já desapareceu, e como não podia ser deixado vazio esse espaço, tomaram alguns motivos, por mim considerados, menos nobres. Agora eu pratico a máxima do parkour, mas não gosto do nome parkour. O nome trás demasiadas tretas por detrás, por isso adoptei a arte do movimento. Aonde a filosofia do parkour se mistura com a liberdade de cada um, sem te prender numa história de bombeiros. Bem, e cá estou eu a falar em filosofias e tretas. É tudo uma treta. Afinal de contas ninguém vai ler isto. Só queria era deitar tudo cá para fora. Vou começar a trabalhar e vou ter que forçosamente treinar menos, e assim deixarei por metade do meu objectivo cumprido. Não vou ver o pessoal unido. É-me tristemente visto como um episódio de uma má novela. Uns têm medo, outros arrogância, orgulho e parvoíce genuína. Talvez seja eu.

Bem, as fotos continuam aqui, os momentos não foram esquecidos.  

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