terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Update

Desde já peço desculpa pela notória ausência. Desculpo-me com uma boa desculpa, tenho dedicado o meu tempo a treinar. Deixei-me de palavras e tornei-as em acção. Tenho feito maioritariamente treino de cardio e condição física. Tenho treinado bastante em formate de percurso, tentando manter um passo rápido entre os obstáculos, a evolução tem sido notória. Mas agora deparei-me com um novo problema - o frio. Para quem não sabe, em Bragança faz mesmo muito frio, gelado e este ao respirar gela literalmente a garganta. Fazer parkour com cachecol não faz sentido mas vou ter que pôr uma daquelas protecções para motards no pescoço, pois torna-se quase impossível respirar. Parece que se engoliu um gel de menta e a tosse é inevitável. O frio nesta altura torna-se um grande obstáculo, mas ainda é facilmente transponível. Quando começar a haver mesmo gelo no passeio e os muros permanentemente molhados, isso sim, vai ser guerra. 

Bem, deixo um grande abraço a quem ainda se atreve a ver se há novidades por aqui.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sevilha

Para quem não sabe - Estou em Sevilha.

   Aqui voltei a treinar diáriamente, pelo menos correr. Os spots, aqui chamam-lhes de "sítios", são muito diferentes, mais simples na minha opinião,  pois são todos ao nivel do chão. A coragem aumenta e coisas bonitas surgem. Esta coragem é inimiga do tracer, pois de certo que quando estiver de volta à terrinha aonde os spots, apelidados por o credo, "ou fazes ou não fazes" vão-me meter algum receio. Aqui até correr dá gosto, a cidade é plana, mas faz demasiado calor, média de 40º... Mas pronto, suporta-se, com uma ventoinha perto da cama claro. Tenho treinado bastante, e até me encontrar de rastos. O meu corpo está a responder muito bem, mas confesso que na primeira semana foi tortura. Os tracers daqui parecem ser muito responsáveis, aquecimento -sempre. É bom ver que estão no bom caminho apesar de aparentemente não terem criatividade, isso ganha-se com a experiência. Resumidamente, gosto de Sevilha como spot, é preciso é correr muito antes de chegares ao próximo spot, mas vale a pena. Gracias ;-)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nostalgia

Ora viva,

Sei que desapareci à face da terra, pelo menos a nível de parkour pois o último video no youtube de parkour já data alguns meses. Na realidade continuo, não com o mesmo espirito, é verdade. Por falar em continuar, estava aqui a ver videos e fotos "antigas", do meu ínicio e da gente com quem partilhava um momento que na altura considerava "underground", uma cena à parte, não era radical nem nada do que é considerado agora. O Parkour era o que nunca mais vai voltar a ser. Quem treinava parkour naqueles tempos conhecia toda a gente que treinava parkour, eu mais que ninguém, porque fazia o esforço de conhecer, de partilhar aquele momento. Esse momento era o treino, o convivio, a criação de um laço estranho que te fazia aproximar de uma pessoa que conheceste pela internet e ali estava sorriente, pronta para dividir uma casa contigo e a comida do seu prato. Esse era um traceur. Agora toda a gente se separou, culpas as ideologias, mas para mim ninguém tira aquele momento. Considerei grandes amigos, quase irmãos, aqueles com quem dividi bons momentos. Agora treino sozinho. Do meu tempo pouco são os que ainda se aguentam de pé, e aqueles que eu vejo que ainda continuam na ribalta estão-se a cagar para o momento. Ganharam respeito e pronto, são uns agarrados. Julgo ser o único que inocentemente ainda se prende ao momento, que quer é ver gente a treinar como deve ser, a esforçar-se não para mostrar o seu lindo mortal, mas para ser forte e conseguir superar-se. Quem não acredita nas minhas palavras, talvez esteja contra estas. Eu quando comecei não foi o "être fort pour être utile" que me fez mexer, foi a diversão, o controlo magnifico do corpo, do movimento e do espaço envolvente. É isso que ainda me motiva, que me faz mexer. Eu acho que muitos daqueles que já cá estão há algum tempo essa motivação já desapareceu, e como não podia ser deixado vazio esse espaço, tomaram alguns motivos, por mim considerados, menos nobres. Agora eu pratico a máxima do parkour, mas não gosto do nome parkour. O nome trás demasiadas tretas por detrás, por isso adoptei a arte do movimento. Aonde a filosofia do parkour se mistura com a liberdade de cada um, sem te prender numa história de bombeiros. Bem, e cá estou eu a falar em filosofias e tretas. É tudo uma treta. Afinal de contas ninguém vai ler isto. Só queria era deitar tudo cá para fora. Vou começar a trabalhar e vou ter que forçosamente treinar menos, e assim deixarei por metade do meu objectivo cumprido. Não vou ver o pessoal unido. É-me tristemente visto como um episódio de uma má novela. Uns têm medo, outros arrogância, orgulho e parvoíce genuína. Talvez seja eu.

Bem, as fotos continuam aqui, os momentos não foram esquecidos.  

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Update

O que tenho vindo a fazer este tempo todo?
Bem, tenho-me afastado de tudo. Treinar, treinar, treinar. Deixar-me de tretas, de discursos e de confusões. Cumprir com o prometido. Regime de combate is still on!
Continuo com o mesmo peso, mas agora já quase não tenho gordura. Condição física resulta. Devo confessar que me falta agora confiança a nível técnico, por falta de prática nesta área, pois quando tenho um tempo livre ( que tem sido cada vez mais raro) serve para treinar condição física, não sendo apenas flexões e exercícios "parados" mas também correr. O meu cão tem-me feito companhia. Daqui a nada temos o primeiro cão-traceur em Portugal :-P, é ele que me puxa visto que agora voltei a treinar sozinho, em termos humanos. Enfrentei no inicio a dificuldade puxar por mim estando eu apenas sozinho, mas isso já foi ultrapassado e agora já consigo cair para o lado no final de cada treino se me concentrar. Tem sido bastante bom e agradável.
Bem, em breve terei mais novidades e talvez, mas só talvez um novo video.
Abraço e bons treinos

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Lesões


Venho falar aqui hoje de lesões. Como o Parkour/ Arte do movimento são duas disciplinas de uma exigência física fora de série é normal as lesões tomarem lugar na evolução de cada praticante.
Eu encontro-me a recuperar da minha primeira lesão. O cuidado e atenção nos meus treinos sempre foi uma lei, e a concentração com que predispunha em cada movimento evitou-me grandes quedas que poderiam ter consequências graves. Mas nunca é suficiente, e o risco é necessário, senão ficariamos todos em casa numa bolha actimel. Contudo em dois anos de treino nunca tive uma lesão que me impossibilitasse de treinar, apenas arranhões ou feridas que nada mais faziam que importunar o movimento, mas nunca restringi-lo. Não vou falar aqui da minha lesão ou como foi que aconteceu, pois acho que isso nada trará de bom ao vosso pensamento, mas sim como evitar lesões na prática desta disciplina. Ora aqui exponho algumas:

  • Antes de experimentar, verificar. - Antes de experimentares algum movimento novo, ou mesmo um que já tenhas efectuado, verifica o spot, o sítio que irás pisar, tocar e mesmo sobrevoar. Nunca se sabe o que lá poderá estar e em que estado está. Podes evitar assim escorregar, cair ou embater nalgo ponteagudo etc.
  • Aquecer, sempre! - Antes de qualquer movimento mais brusco, como flexões ou planches, que agora são considerados movimentos de aquecimento (está mal) aquece! Este movimentos exigem já que os teus músculos estejam bem aquecidos pois são exercícios exigentes. Roda tudo o que podes no teu corpo devagar antes de qualquer coisa. Aconselho a visitarem este site.
  • Demasiado cansado, no chão! - Quando te sentires extremamente cansado, faz exercícios a nível do chão, pois a energia pode surpreender-te e faltar-te e com graves consequências. No chão a probabilidade de te aleijares é reduzida.
  • Repete, repete, repete... - Antes de efectuares um movimento novo, repete vezes sem conta um parecido até te sair controlado e natural, um segredo para uma boa repetição é tentares de maneiras diferentes e veres como sai melhor, cuidado para não arriscar demasiado.
  • Treina para ti, não para os outros. - O exibicionismo, o tão conhecido show off, é um aspecto muito negativo num praticante pois leva-o a fazer coisas para o qual não está minimamente preparado, e assim o corpo também não está preparado.
  • Tomar banho de água fria. - Depois de um treino, se não tiveres banheira e gelo, toma de água fria. Ajuda na prevenção de aparecimento de lesões e deixa-te pronto para outra. Nada de começar com àgua morna ou quente....
Espero que tenha ajudado nalguma coisa, boa sorte e bons treinos.

BOM ANO!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Regime de Combate


Este regime surgiu há cerca de um ano atrás. Desenvolvido pela minha pessoa e levado a cabo por algumas. O Regime de Combate é um período de tempo em que leva uma pessoa, neste caso um praticante de parkour, a concentrar-se inteiramente nos seus objectivos primordiais. Os meus neste momento são os estudos e o Parkour. A regra principal deste regime é a negação à prática de qualquer actividade que não traz proveito para estes objectivos. Isto não é desculpa para não arrumar o quarto ou lavar a loiça. Outra regra é ser-se funcional e eficiente, isto engloba arrumar o quarto e lavar a loiça...
Deixar de ser preguiçoso, acordar de manhã para ir correr antes das aulas, vir, tomar um duche e partir para mais um dia de escola. Como não se perde tempo com internet nem tv, o deitar cedo é uma obrigação. Eu no meu caso não deixo totalmente de vir à internet pois sou administrador de uma comunidade e não posso perder totalmente o contacto, por isso, meia hora ou uma hora por dia são suficientes para tratar de tais assuntos.

Em casa, tudo parte com uma organização de horários. Têm que ter noção que não podem ter períodos mortos sem fazer nada, por isso a primeira semana é experimental. Sem esquecer que o descanso é fundamental! Eu por exemplo, como sou muito preguiçoso para fazer condição física uso o sono como uma defesa contra isso, ao acordar (05h-06h) tombo para o lado e começo as sessões de flexões matinais, vou correr até a uma aldeia e volto, tomo duche quente e parto para as aulas. Chego, descanso um bocado, lendo um livro ou mesmo dormitar, depois estudo, janto e toca dormir. Não há tv ou internet até às tantas.

Este sistema é rigoroso, e requer imensa disciplina e força de vontade. Mas não é só em casa, nos treinos também não pode haver momentos mortos nem parados.

Nos treinos, a maximização de um treino é fundamental, e é isso que vai fazer a diferença. Não pares, e só dá por terminado um treino quando estiveres sem forças para continuar. Não fales, não pares para pensar. Descansas no fim.
Divide o treino por partes, treina técnica misturada com condição física, isso vai-te dar motivação e um desafio fazendo-te deparar com o cansaço. Não vou dar aqui exemplo de métodos de treino, porque o importante aqui, não é o que fazes, mas com que mentalidade o vais fazer. Esforça-te e dedica-te a 100%.

O regime de combate, é a dedicação consciente, ou seja, é saberes que tens que estar consciente e preparado, sem desperdiçar tempo em coisas inúteis. Focares-te inteiramente no que é realmente importante e levares a cabo os teus objectivos.

Isto é aplicável a todos os ditos "níveis" de preparação.

O objectivo é tornar o Regime de Combate na tua vida, no teu treino ideal.

sábado, 4 de outubro de 2008

Finlandia - Um revelar de caminhos

Para começar, aprendi na Finlândia o que ansiava há muito por aprender. A coisa crua, a base de onde tudo isto veio. Conheci-a e gostei, embora não estivesse no ponto certo, aonde pensava que estava. Humilhei-me a mim próprio pois pensei que era capaz de coisas que não fui realmente capaz de fazer. Fui até ao meu limite, e fiquei surpreso por ver que não é muito longe. Não me tomo por burro, mas por idiota. Os treinos que outrora fazia não são nada comparados com os que tenho agora que enfrentar. Foram-me dadas directrises, planos e conhecimentos que nunca esperava obter. Senti-me fraco, apesar de não ter ficado em "ultimo" mas porque pensava que era capaz de mais.

Foi com agrado que ouvi o Chau dizer-me que tenho que "crescer no treino". Puxar por mim e pelos outros. Foi com agrado que ouvi dizer-me que tenho o espirito, mas tenho ainda que viver a arte.

A arte tem um nome "l'art du deplacement". Podes chamar-lhe o que quiseres, mas é isso que vives, ou pensas viver. Levei um sério choque emocional lá, aprendi a conhecer-me melhor, e vi o quanto é importante o grupo, a união, pois é ela que te faz dar mais aquele passo com as mãos já cheias de sangue.
Senti lá uma coisa que nunca sentira, que não estava sozinho. Que treinava com e para alguém, mesmo que nem conseguisse decorar o seu nome.

Desde então tenho tido dificuldades nos treinos, sinto que sozinho doi mais, como o vigroux disse uma vez " sozinho não se encontra o caminho ", não me sinto desesperado, mas é um obstáculo que tenho que ultrapassar, pois aqueles que estão dispostos a percorrer esse caminho comigo estão bem longe.

Uma das coisas que vi e presenciei, foi a preparação. Se queres treinar drops, treina saltar escadas, se queres fazer planches, treina elevações, tudo tem o seu percurso. A sua vez de existir. O que vejo em Portugal é jovens a suicidar-se aos poucos. A ficarem com lesões permanetes à tenra idade, vejo desgraça.

O que apenas eu tento fazer é prevenir isso, tenho o conhecimento e por isso tenho a responsabilidade de o destribuir quando vejo que o que fazem está errado.


Treinador? Eu, ainda não, dou instrução, encaminho o pessoal mais nada. Dinheiro? Sé se for a gasolina que eu pago.

Quanto a discórdias? Existe uma coisa chamada espanto, não acreditavam que eu era homem de palavra, e que iria fazer as coisas mudarem, substimaram aqueles que lhes oposeram. Parabéns para todos aqueles que o fizeram.

Bem, para já é tudo. Um abraço.

Deixo video: